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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Aparelho programa uso correto de colírios

Fonte: Revista Universo Visual Fevereiro/Março 2015 | nº 83




Invenção desenvolvida por start-up potiguar já é testada com sucesso e chega ao mercado ainda este ano
A tecnologia anda lado a lado com a oftalmologia, assim como o espírito de inovação também se faz presente em alguns médicos da especialidade. Essa combinação já tem feito diferença a favor de pacientes e profissionais da área.
O resultado mais recente é a criação de um dispositivo portátil para otimizar o uso de colírios em pessoas com diferentes necessidades de tratamento ocular.
A invenção foi criada pela start-up Ciência Ilustrada Studio, que funciona há três anos na INOVA Metrópole, incubadora de empresas de TI do Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Da ideia à confecção do protótipo, foram apenas dois meses de trabalho, envolvendo uma equipe multidisciplinar. O primeiro modelo do produto, chamado EDM (Eye Drops Manager), já tem sido testado com sucesso e passará ainda por alguns melhoramentos industriais, para ser lançado no mercado neste primeiro semestre.
Especializada na criação e desenvolvimento de softwares e hardwares de baixo custo na área da saúde, a start-up potiguar inventora do aparelho é dirigida pelo oftalmologista Francisco Irochima, Doutor em Ciências da Saúde pela UFRN. Com pouco tempo de vida, a empresa já possui em seu portfólio lançamentos importantes, como um topógrafo ultraportátil para smartphone, um exame de urina também para celular, um teste de olhinho, um lensômetro e vários outros aplicativos. O primeiro produto, concebido para a prevenção da ceratocone (doença que pode levar à cegueira), rendeu até mesmo alguns prêmios de expressão nacional, como o do Banco Santander na categoria Ciência e Inovação.
“Agora, nossa expectativa é oferecer ao mercado um dispositivo que venha otimizar a utilização de colírios, solucionando o problema de esquecimento de aplicações do medicamento. Já sinalizamos uma parceria com a indústria para que o produto possa chegar com um baixo custo aos médicos, instituições hospitalares, clínicas e pacientes, seja fornecendo o aparelho pré-programado após procedimentos cirúrgicos, ou torná-lo disponível à venda em farmácias ou lojas do ramo”, projeta Irochima, que revela já estar em fase de registro de patente de um dispositivo semelhante para comprimidos.
Segundo ele, a novidade agregará benefícios indiscutíveis à eficácia médica. “O oftalmologista otimizará sua prescrição, terá um aliado no tratamento e um meio de checagem das recomendações. O paciente, por sua vez, ganhará um forte e importante aliado na obediência e adesão ao tratamento, o que se refletirá no resultado final”, afirma.
Os principais pacientes a se beneficiar do dispositivo serão os submetidos a cirurgias, como as de catarata, em que há a necessidade de utilizar vários colírios no pós-operatório. O EDM também auxiliará indivíduos que fazem uso de diferentes colírios por doenças crônicas, como glaucoma. Os idosos representam outra parcela significativa de potenciais beneficiários, já que em muitos casos eles sofrem com algum grau de prejuízo da memória recente. Com isso, não se lembram dos horários de aplicações dos colírios, pondo em risco a efetividade do tratamento.
Inspiração paterna
O invento foi, por sinal, inspirado no pai de Irochima, o sr. João Batista Pinheiro, de 76 anos. Não por acaso, o paciente septuagenário é o primeiro usuário-teste do produto. Ele tem glaucoma e precisa usar três colírios com cinco aplicações diárias, em horários distintos. Além disso, necessita tomar muitos comprimidos todos os dias, em variados horários.
Em meio à rotina minuciosa de medicações, a aplicação eficaz dos colírios poderia ser comprometida por esquecimento, fato que ocorria de forma frequente até pelos seus cuidadores. “Meu avô, o pai dele, morreu cego por glaucoma. Assim, diante da dificuldade de lembrar-se do uso correto de cada medicamento, inventei o dispositivo”, conta o oftalmologista.
João Batista faz uso de uma versão demo do aparelho, há mais de um mês. “Já conseguimos ver os resultados, tanto na redução da ansiedade em se lembrar do horário para usar o colírio, como na facilitação do trabalho do cuidador”, observa o filho inventor. “Trouxe segurança na certeza de que o tratamento tem sido realizado de forma perfeita”, completa.
O dispositivo é programado e não há necessidade de mais nada. Basta aguardar levantar o colírio do horário marcado, escutar o sinal sonoro e luminoso, além da indicação do olho que receberá a aplicação. “Realmente, facilitou em muito minha vida e a do meu cuidador, pois não precisamos mais saber qual colírio a ser aplicado. O próprio aparelho apresenta o correto”, aprova João, que também se diz inventor em mecânica e hidráulica. “Fico feliz ao ver que meu filho-pupilo aprendeu bem, mesmo em outra área”, comemora.
Fácil usabilidade
Sem ser sofisticado, para não encarecer o custo, embora possua componentes tecnológicos como sensores, arduínos (placas de automação) e servos (motor), o aparelho autoprogramado funciona de forma prática e móvel.
O médico, enfermeiro, auxiliar ou o próprio paciente seleciona, por meio de um miniteclado, os colírios a serem utilizados, de acordo com seu horário de uso e olho a ser aplicado. Há até a opção de modo noturno, caso seja preciso acordar no meio da noite para aplicá-lo.
Conforme a necessidade do usuário, de um até três colírios devem ser colocados nas aberturas presentes no topo do aparelho. O uso de cada um independe do outro, mas, se houver coincidência de horários, o aparelho cria um intervalo apropriado para as aplicações.
Ao chegar a hora de utilizar um dos colírios, o dispositivo expõe o frasco que se encontrava em seu interior, emite um sinal sonoro de aviso, um luminoso e pode ainda enviar uma mensagem para o celular do paciente. Além disso, o paciente observa em uma tela orientações de uso, como, por exemplo: “Moxifloxacino Colírio – Aplicar uma gota no olho direito”. Ao remover o frasco exposto para aplicação, sensores detectam sua retirada – e a plataforma é baixada para receber novamente o mesmo frasco após a aplicação. Caso o paciente não efetue a aplicação, os alertas serão repetidos em intervalos predeterminados.
Para funcionar, o aparelho pode ser alimentado com corrente elétrica ou baterias, o que permite sua mobilidade para outros lugares. Fora isso, é possível verificar se o paciente utilizou os colírios como recomendado, por meio de um check list de uso impresso para o médico. Caso também deseje, dá para selecionar e ter acesso a toda prescrição, por meio da tela do aparelho.
A inovação contribui cada vez mais com a oftalmologia. E ela pode ser simples e de baixo custo para resolver grandes problemas na área da saúde. “Basta sermos criativos e ter uma equipe multidisciplinar de trabalho para desenvolver soluções”, receita Irochima.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Cenoura faz bem aos olhos?

Cenoura faz bem aos olhos?



Lembra quando sua vó dizia constantemente para comer cenoura? Ela recomendava insistentemente para você colocar esse vegetal no prato, sempre justificando que cenoura faz bem para os olhos? Será que a vovó estava certa? É isso que você vai saber agora. Vem com a gente descobrir se isso é sabedoria popular ou não passa de mito!
De onde vem a lenda?
A história parece até ficção, de tão boa, mas de acordo com John Stolarczyk, curador do Museu da Cenoura, na Inglaterra, esta é a mais pura verdade. Veja só:
Londres estava sob fogo aéreo pesado do exército de Hitler em 1939. A tática do blitzkrieg nazista, de bombardeios rápidos e letais, estava indo muito bem. Entretanto, em um determinado momento, como que por mágica, aviões alemães começaram a ser derrubados durante os ataques noturnos. A virada nos eventos levantou suspeitas. O que teria mudado para que a reação dos ingleses tenha melhorado da noite para o dia?
A verdade é que haviam entrado em operação os primeiros radares, que conseguiam detectar os bombardeiros e orientar a estratégia de defesa da RAF Inglesa. A tecnologia entretanto, era secreta e era questão de segurança que ela continuasse assim. A solução do ministro foi… mentir! De acordo com ele, os pilotos ingleses haviam mudado para uma dieta rica em raízes e cenouras e haviam melhorado sua visão noturna. Nascia ali o mito, em que até hoje muitos insistem em acreditar.
Boa para a visão ou não?
Claro que é! Isoladamente a cenoura não é suficiente para assegurar a saúde dos olhos de ninguém, mas associada a outros alimentos e combinada com cuidados regulares (como visitas ao oftalmologista, uso moderado de equipamentos eletrônicos, utilização de óculos escuros) a ingestão de cenoura ajuda a manter a saúde ocular em dia.
Outros alimentos que ajudam na visão
Há alimentos bem mais ricos em vitamina A do que a cenoura, dentre eles estão o espinafre, a couve, alface e o fígado. Outras boas fontes de retinol são a batata doce, a abóbora,  o óleo de fígado de bacalhau e os peixes em geral. Para resumir, é melhor apostar numa alimentação equilibrada, diversificada, saudável e bem colorida de preferência! Adotar essa postura faz bem para  o organismo de modo geral, incluindo  os olhos.